ANGOLA
Angola's tormented path to petro-diamond led growth









Mr. Henrique Morais, General Manager of Teleservice


Interview with:

Mr. Henrique Morais,
General Manager


30 de Marco de 2001
A segurança é uma das principais coisas para os negócios Angola. Pode-nos fazer uma introdução da Telecervice dizendo quando foi criada e os seus objectivos?

A Teleservice foi criada em finais de 1993 com o objectivo de prestar serviços de segurança e de telecomunicações. A realidade levou a que se dedicasse exclusivamente a serviços de segurança. Os primeiros trabalhos de segurança tiveram inicio em agosto de 1995, nas zonas petrolíferas do Soyo.

Com quantos trabalhadores começou e quantos tem agora?

Começamos com 120 e hoje temos 2400 trabalhadores.

Como se encontra o crescimento da Teleservice comparativamente a outros competidores?

A Teleservice é neste momento a empresa de segurança que esta presente em mais zonas e ao mesmo tempo tem o maior numero de empregados.

Qual foi o capital inicial de entrada de investimentos para a teleservice?

Foi grande porque os custos numa actividade destas são elevados. Temos que ter em conta os meios técnicos, armamento, uniformes, comunicações, viaturas e formação. Todo o pessoal, antes de iniciar o trabalho no campo, fica sujeito a acções de formação, portanto trabalho com os instrutores.

Qual era a nacionalidade dos instrutores?

Os primeiros instrutores eram sul-africanos. Actualmente os nossos instructores son Angolanos. Foran formados em Angola y tambien na Africa do Sul.

O treinamento profissional é a chave do vosso negócio. Quais são os antecedentes de segurança que exigem para o vosso quadro de pessoal?

Obrigatoriamente, eles tem que ser todos ex-militares e ex-agentes da policia nacional. Isto é uma obrigação da lei que foi criada para as empresas privadas de segurança em Angola.

Pode-me dizer qual é o regulamento obrigatório na lei Angolana, para a admissão de novo pessoal?

Este é um requisito importante e define o limite de idades máximo de 35 anos e ter um registo criminal limpo.

Como fornece melhores serviços para obter vantagens em relação aos seus competidores?

A concorrência hoje é muito grande. Ha mais de 100 empresas privadas de segurança em Angola. Para competir no mercado, os clientes dão muito valor a formação do pessoal. Se o guarda que pusermos a trabalhar tiver formação, o salário que ele ganha fói bom, as condições sociais que a empresa concede ao seu trabalhador forem boas, receber o salário a tempo, a apresentação e os meios técnicos que a empresa puser a disposição dos clientes forem de qualidade, fará com que tenha preferencia em relação as outras. A logística, a capacidade técnica e a formação do pessoal são três aspectos muito importantes.

Quanto tempo se leva para o treino de um guarda segurança?

Um treino básico leva quatro semanas. Três são para a formação e uma para a formação no posto, Isto, para o serviço de guarda, patrulha, controle de acessos e de pessoas. O pessoal que trabalha em zonas de mais risco tem uma formacao mais prolongada.

Como descreve os vossos preços?

Nós somos a empresa, que tem os preços mais elevados.

Qual é o salário mensal da guarda segurança de Angola?

Os salários da Teleservice são os mais altos em Angola. O salário mínimo de qualquer guarda quando entra e de USD200. Passado um ano, passa para USD250. Isto nas zonas onde nao ha risco de guerra como, Luanda e Lobito. Nas zonas de risco o salário é maior. Por exemplo no Soyo, pagamos
um salário de USD300, nas Lundas, um salário de USD400 (isto quando o empregado entra para a companhia).

Qual é a possibilidade de progredir nesse trabalho?

Temos uma escala com cinco funções, de acordo com a responsabilidade. Quem entra como guarda pode vir a subir cinco degraus que vão depender do tempo em que ele estiver na empresa, da sua performance, dos seus conhecimentos e das acções de formação que ele terá e da sua responsabilidade. No Soyo temos mais de 500 homens com certeza que tem de haver cadeias de comando.

Que tipo de protecção fazem?

De acordo com a ameaça, por exemplo, nas Lundas protegemos a uma área. Em Luanda, protegemos uma residência, um escritório ou uma instalação industrial. Também temos a actividade de protecção VIP, protecção de valores em transito, escolta de viaturas e consultoria.

No domínio das minas, quais são os seus clientes mais importantes?

Uma empresa angolana a SML, a De Beers, a Lumanhe de Angola, a Southernera de Canada e a ITM de Reino Unido.

Com quem tem o maior contrato, na área de minas?

Com a ITM em Lunda-Norte.

Quantas pessoas estão nessa missão?

Temos aproximadamente 300 homens.

Para protegerem que área?

A área é muito grande. Para além de protegermos a área, escoltamos a produção, as equipas de trabalho. Como sabe as minas trabalham 24 horas e as distancias são grandes. Esta concessão, esta muito longe do Lucapa. Existe a produção, os técnicos, a logística, a actividade em si das minas e também as viagens para a cidade. E uma actividade muito grande. Quer dizer que os 300 homens, nao estão a proteger a área mas sim a fazer tudo.
Como é repartido o trabalho entre a sua companhia e as FAA, visto estarem os dois a protegerem a mesma zona mineira?

Trabalhamos num perímetro mais pequeno. As FAA têm a sua actividade nas áreas mais distantes onde têm que fazer a prevenção e o combate ao banditismo. Nao nos envolvemos em actividades de combate aos bandidos, apenas protegemos , para que a área fique limpa de garimpeiros , as escoltas e as equipas de trabalho.

Como descreveria a evolução da situação de segurança da industria diamantifera nas Lundas. Melhorou, piorou ou se estabeleceu?

Presentemente, melhorou. Estas eram áreas muito descontroladas por causado del garimpo, e isso fez com que os detentores das concessões, praticamente nao pudessem trabalhar. Então o que se conseguiu a medida que se foi chegando, ocupando e alastrando a área de seguranca esta foi ficando estabilizada. Hoje é possível numa área muito grande, trabalhar com muito poucas interferências do garimpo. E o outro aspecto, é a ameaça militar que depende das forcas armadas e da policia. Si bem que posso decir de a um ano para ca se esteze estabilizada, mais ameaca permanece y de vez en cuando a un problema.

Dado que a Unita depende do garimpo e que esta actividade baixou nas Lundas, os ingressos da Unita deven estar baixando. Qual é o seu comentario acerca disso?

Nas áreas a onde estamos são áreas mais protegidas. A Unita encontra-se mais, nas áreas do Cuango e Luzamba e nunca ocupou esta área.

A que área se refere?

A Área do Lucapa, Luo e Calonda.

A que se deve a baixa de garimpo nesta zona?

As empresas de segurança privada tiveram um papel muito importante em afastar o garimpo.

Hoje, qual a sua zona de actividade mais importante, a mineira ou outra secção no país?

E a zona mineira e também o Soyo. São os dois maiores centros da nossa actividade.

E o Soyo é protecção industrial?

Sim zona industrial de petroleos, da Sonangol, Total Elf Fina, Texaco .

Quantos homens há nesta zona?

Mais de 500.

Em que ano se iniciou a teleservice na sua actividade?

Em 1995.

Foi aí em que a Unita destruíu várias instalações petrolíferas?

Sim, foi mais após a retomada do Soyo pelas FAA nos fuimos a Soyo.

Como descreve a situação de segurança nessa zona?

Melhorou bastante. Houve três ou quatro incidentes com pessoas, mas nunca com intenção de ocupar a área. A produção nunca parou.

Como vê a situação do seu negocio num futuro mais próximo?

Eu penso que em Angola, o mercado das empresas de segurança vai aumentar.

Porque razão?

Bem, vamos ter confiança e dizer que Angola vai viver em paz. Vai-se puder circular em toda a Angola. Vai haver investimentos no campo, no interior e ai começam os problemas de circulacao. Neste momento se for ao Lobito, Benguela e Luanda, essas cidades tem problemas de situação. Em algumas delas tem que se circular com muito cuidado. Quando houver livre circulação, as estradas serão perigosas e vai haver necessidade de maior segurança e protecção.

Tem uma estimativa do que representa o mercado de segurança anualmente em milhões de dólares?

Não temos essa estatística. Mas prevemos que o mercado vai aumentar. Em Angola ainda nao ha esses estudos, estatísticas, tratamento de informação, recolha de dados. Esta a começar agora mas ainda falta tempo.

Qual é a mensagem final que gostaria de dar aos leitores que estão interessados em investir aqui e porque teriam que investir agora em Angola?

Eu penso que talvez nao seja seguro investir em todo o pais neste momento. Mas ha áreas em que se pode investir. Com certeza que existem áreas com maior risco e outras com menor risco Normalmente fora de Angola a ideia sobre a insegurança é maior do que a realidade. Eu julgo que quem quiser investir em Angola, primeiro tem que se informar, tem que ca vir para se informar. Ha neste momento mecanismos e capacidade de se garantir segurança em muitas áreas, onde as pessoas que estão lá fora pensam que nao sejam possíveis, é um problema de falta de informação e desconhecimento.

Pode nos dar exemplos?

Nao sei que ideia é que fazem das Lundas Deve ser um sitio muito perigoso. Você encontra para cima de 200 expatriados de 7,8,9 ou 10 nacionalidades diferentes. As pessoas vivem e trabalham ali e levam uma vida normal, em outros lugares também se passa o mesmo. Portanto ha áreas que no ponto de vista militar e social tem estabilidade e outras que estão mais complicadas. Mas penso que nao é um impedimento para muitos investimentos Estou a falar no ponto de vista de segurança, de ter condições de trabalhar e viver. Quem quiser investir noutros campos terá outros problemas como ordem financeira e de todo o género.

Podem contar consigo, para criar essa segurança?

Pelo menos para obterem informação sobre que parte do pais for, as condições de vida, segurança, higiene, saúde, a maneira de ser das populações, sobre as condições militares, podemos fornecer essas informações. E podemos garantir condições para levar pessoas ao local, para visitar e conhecer, porque também fazemos este trabalho.

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© World INvestment NEws, 2002.
This is the electronic edition of the special country report on Angola published in Forbes Global Magazine. February 18th, 2002 Issue.
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