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Informação Geral
ou os balantas)mas tambémusadas pelosmandingas.
O idioma característico do arquipélago dos Bijagós
pode se considerar muito distante dos restantes (bem
como todos os outros aspectos culturais), com a
particularidade de variar de ilha para ilha.
Quanto à utilização de línguas estrangeiras, estima-
se que cerca de 10% da população domine o francês
e menos ainda em relação ao inglês. Verificando-se
que o uso de tais idiomas se encontra confinado aos
mundos dos negócios, da política ou do turismo.
Religião
Antes da época dos descobrimentos, e consequente
Cristianização, e da chegada do Islão; as religiões
tradicionais prevaleciam em toda a África Ocidental,
não sendo excepção a Guiné-Bissau. Depois de um
processo de aculturação tão longo como rico em
diversidade, constatamos, nos dias de hoje, que se
assiste a uma coexistência de crenças na qual se
torna difícil estabelecer fronteiras entre os valores
próprios de cada uma delas. A maior parte das
crenças tradicionais são animistas e têm como base
a atribuição da vida ou da consciência a objectos ou
fenómenos naturais, embora algumas pressuponham
a existência de uma ser supremo ou um criador.
As manifestações mais relevantes enquadram-se na
sua maioria no culto dos antepassados, nos totens,
nos feitiços e magia. É curioso, e convém reter
que, segundo a fé dos crentes das religiões ditas
tradicionais, a terra é pertença dos antepassados
e, portanto, é a única coisa que não se encontra à
disposição dos descendentes, não podendo, por
conseguinte, ser vendida. Estes princípios e crenças
contrastamepodemchocar, hojeemdia, comos novos
paradigmas da globalização e do neo-liberalismo.
No seio das etnias com religiões naturais: o chamado
‘Animismo’ possui um aspecto genérico e comum a
todas elas: Irã. É um Deus intermédio ou superior
que recebe sacrifícios de animais, aguardentes e
etc., e, em contrapartida, oferece protecção, abre
a sorte e faz justiça. Um outro elemento quase
equiparável a Irã é Mouro (Marabout) que funciona,
entre as etnias muçulmanas do país, como agente
cujo poder pode surtir efeitos similares aos de Irã.
É importante referir, no entanto, que tanto nos
muçulmanos como nos cristãos é frequente o recurso
às divindades: Irã e Mouro, como forma de resolverem
problemas imediatos, o que de modo algum diminui a
fé que possuem por um Deus invisível (Deus ou Alá).
Ainfluência islâmica chegou através dos comerciantes
que vinham da zona onde hoje estão localizados
Marrocos e Argélia, aquando foi atingido o Sahel, por
volta de 900 AC. Em toda a África Ocidental, o Islão
veio-se a tornar na religião professada pela classe
mais alta, mas a população em geral manteve-se fiel
às suas crenças tradicionais. Durante séculos (até ao
séc. XVIII), os governantes no poder tentaramarticular
o Islão com as tradições locais, até a um ponto que
desencadearam guerras santas (jihad) contra os não
crentes (infiéis). Daqui advém a grande importância
conquistada pelo Islão na cultura guineense, presente
também nas suas outras crenças mais místicas e
mais espirituais que se tornaram tão populares.
A preponderância europeia, na qual se inclui o
Cristianismo, veioacrescer ao longodasegundametade
do século XIX.As chamadas “guerras santas” passaram
a orientar-se sobretudo contra os europeus, com maior
incidência para os franceses que penetravam cada vez
mais no interior do continente africano, do que contra os
africanos “infiéis”. Estas guerras perduraram até 1880.
Hoje, pode-se constatar que a Guiné-Bissau está
marcada pelo Cristianismo, simplesmente, através
das representações infra-estruturais presentes no
território como igrejas e templos de várias confissões.
Nos dias que correm, o Islão continua a verificar-se
preponderante. Cerca de 45% da população total,