Page 146 - GuineaBissau

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Agricultura e pesca
Geral
Devido à grande disponibilidade de mão-de-obra
barata, à fertilidade dos seus solos (32% dos
solos são propícios à agricultura), aos abundantes
recursos florestais, às condições ecológicas e
climáticas bastante favoráveis à produção agrícola
e à uma Zona Exclusiva Económica rica, quer em
quantidade como em diversidade de peixes, a
Guiné-Bissau produz uma variedade e quantidade
consideráveis de frutas e legumes e de peixe .
Assim, pode-se concluir que os sectores da
agricultura e pescas apresentam potencialidades
reais, tendo sido e continuando a ser os sectores
que mais contribuem para o crescimento da
economia, mesmo apesar dos constantes choques
externos e mudanças no quadro macroeconómico,
nos últimos anos.
Com a pretendida inversão da situação de
exportação, através da fiscalização sanitária, do
melhoramento das infra-estruturas e garantia de
qualidade, o país poderá alargar as exportações
para a sub-região da África Ocidental e também
para o mercado europeu.
O Banco Africano de Desenvolvimento financia um
grande projecto agrícola designado por PRESAR
(projecto de reabilitação do sector rural e agrícola), a
desenvolver-se de 2007 a 2011, que faz esperar um
aumento do rendimento por hectare da produção de
arroz de 2.9 para 5 toneladas, graças à transferência
de tecnologia, à diversificação de serviços e aos
programas de luta contra as pragas. O PRESAR
abarca cinco das oito regiões do país, incluindo a
Bissau. Oprojecto comporta tambémuma componente
destinada a melhorar a horticultura e a pecuária.
Agricultura
O sector agrícola, que pode subdividir-se em três
subsectores: agricultura, pecuária e floresta, é,
ainda nos dias de hoje, o mais importante sector
económico guineense, representando uma fatia
de 50% do PIB e empregando cerca de 80% da
população activa (a maioria habita nas zonas rurais),
o que equivale a cerca 52% da população total.
A agricultura, maioritariamente de subsistência, tem
se desenvolvido num ciclo vicioso que relaciona o
fraco investimento com a fraca produtividade, que
por sua vez acarreta fracos rendimentos, que são a
fonte da escassez de investimentos.
Não obstante, a curto e médio prazos, a agricultura
de ponta prevê-se que venha a ser o sector mais
dinâmico e com um potencial de crescimento
mais sólido. Espera-se que seja essa mesma
agricultura que venha a desempenhar um papel
diversificador no contexto das exportações e que
de igual forma venha a potenciar o investimento
estrangeiro no país.
Os agricultores guineenses podem dividir-se em
duas categorias, as cerca de 86.000 famílias que
manual e artesanalmente levam a cabo a produção,
que representam 90% da produção agrícola total;
e os empresários agrícolas que operam no sector
em explorações modernas através de títulos de
concessão, para áreas médias de 136 hectares, que
representam apenas 10% da produção total.
No presente, os principais produtos agrícolas
nacionais são essencialmente o arroz (com uma
produção anual de 148.757 toneladas); os cereais
como o milho, o sorgo e os cereais secos (que
somam um total de 216.998 toneladas); as frutas
frescas como a banana, a manga, a papaia, entre
outras (que se traduzem em 81.000 toneladas); a
castanha de caju (que conta com uma produção
anual de 81.000 toneladas); o amendoim (com
um total anual produzido de 29.651 toneladas); o
coconote (com 80.000 toneladas produzidas) e o
coco (com 45.500 toneladas).
Os dados, referentes ao ano de 2008, foram
fornecidos pelo Ministério de Agricultura e
Desenvolvimento Rural.
Produção Agrícola
A Guiné-Bissau apresenta condições favoráveis à
produção e resultante transformação de diversos
bens agrícolas, nomeadamente: a castanha de caju,
que pode ser processada em amêndoa; frutas e
legumes, e transformação dos mesmos em sumos
ou compotas; o mel; a produção, transformação
e exportação de milhos e outros cereais; o
processamento da farinha de mandioca; a produção
de rações para animais; a produção orizicola; a
transformação de óleo de palma para a produção
de sabão e de sabonetes; a transformação e
conservação do pescado; a instalação de pequenas
indústrias de bebidas; a produção de aves e
porcinos; a reabilitação de varias unidades de
produção de óleos e a instalação de unidades de
armazenamento e refinarias de óleos.