Page 172 - GuineaBissau

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Lazer
Literatura
A literatura guineense possui uma historicidade
muito recente, o que de nenhummodo deve significar
pobreza quanto ao seu conteúdo. As condições
socioculturais propícias ao surgimento de vocações
literárias só se verificaram num passado próximo, o
que se deve ao facto da Guiné-Bissau ter sido uma
colónia de exploração e não de povoamento.
Embora o português seja, ainda nos dias de hoje,
a língua dominante na poesia guineense, o recurso
ao crioulo tem se tornado mais frequente, quer pela
escrita crioula, quer pela utilização de termos e
expressões crioulas em textos de língua portuguesa.
O caminho que a literatura guineense tem feito pode
dividir-se emquatro fases, em função do seu conteúdo:
a fase colonial, a fase de combate independentista, a
fase poética e a fase intimista. É portanto muito rica,
quer em termos poesia como em prosa.
Passamos a enumerar alguns autores e as
respectivas obras, que consideramos incontornáveis:
- Amílcar Lopes Cabral - A arma da teoria
- Vasco Cabral - A luta é a minha primavera
- Adulai Sila - Mistida
- Adul Carimo Só - Mufunesa padi sabura
- Maria Odete Semedo – O canto de sonéá
Artes Plásticas
No domínio das artes plásticas, tal como no domínio
da música ou da escultura, as peças são marcadas
pelas influências da vida quotidiana do povo, nas
diferentes etnias, onde a presença do mar no seu dia-
Os rituais tradicionais de iniciação (circuncisão)
celebrados em diferentes etnias como os fulas, os
mandingas, os papéis e os balantas, também não
têm data fixa, mas ocorrem mais frequentemente
por volta da época das chuvas. Outras fantásticas
manifestações culturais podem ser observadas pela
altura das colheitas, dos casamentos e dos funerais.
Música
A música nacional é o Gumbé, cantado em crioulo,
que se caracteriza por descender de um género poli-
rítmico de origem tribal. Apesar de nos referirmos ao
Gumbé como sendo um estilo, a verdade é que este
agrega mais de uma dezena de géneros musicais
guineenses conhecidos como músicas folclóricas ou
tradicionais (a Tina, a Tinga, a Brocxa, o Kussundé
próprio da etnia balanta, o Djambadon característico
da etnia mandinga ou o Kunderé típico de Bijagós).
Muito embora alguns destes estilos sejamapropriados
para rituais, cerimónias tradicionais e fúnebres, à
pouco e pouco eles estão sendo incorporados na
música contemporânea de Gumbé.
Existem vários conjuntos musicais como o Cobiana
Djaz, o Mama Jombo, o Ncasa Cobra, também
músicos nacionais de renome internacional como
Justino Delgado, Rui Sangara, Iva & Itchi, Antão
Martins, Américo Gomes, Malamba Cisse e ainda
alguns músicos da nova geração que estão a fazer
muito sucesso, como são os casos de Patchi di
Rima e de Principe de Mundo.
Desde a independência, existe uma companhia de
ballet nacional: ‘A nossa pátria amada’, que tem feito
digressões um pouco por todo o país e também no
estrangeiro.