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Economia
Para além da deterioração da conjuntura no comércio
de mercadorias, a evolução da conta corrente de igual
modo prejudicada pela quebra das remessas (que
representaram à volta de 4% do PIB em 2008). O
aumento do défice da conta corrente foi amplamente
suportado por um incremento dos donativos, à
título de apoio a projectos e de ajuda orçamental.
Deste modo apenas se verificou uma relativamente
pequena deterioração do saldo global.
O nível geral dos preços registou uma descida,
em 2009, resultante da baixa do preço dos bens
alimentares importados e da ancoragem do FCFA
ao Euro. A tensão inflacionista interna manteve-
se sob controlo apesar de uma política monetária
mais branda em toda a região da UEMOA. O crédito
ao sector privado abrandou significativamente,
consequência de uma abordagem mais prudente
por parte da banca a novos empréstimos e de
uma menor liquidez no sistema bancário, já de si
sobrecarregado de pagamentos atrasados por parte
do sector público.
Num horizonte a médio prazo, a inflação sofrera um
novo aumento, após ter registado uma taxa negativa
em 2009, mesmo assim deverá manter-se dentro
do limite máximo fixado pelo Banco Central dos
Estados da África Ocidental, que é de 3%.
O estado actual da
economia guineense
Apesar do tempo decorrido, a Guiné-Bissau continua
a sentir de um modo muito marcado os efeitos dos
conflitos. As vidas perdidas, o deslocamento de
populações e a destruição de várias infra-estruturas
económicas, administrativas e sociais foram
aspectos críticos que fragilizaram o já débil tecido
produtivo herdado do período colonial.
De igual modo, os problemas crónicos dos sectores
energético e dos transportes continuam a ser um
entrave à progressão económica da Guiné-Bissau.
Alémde tudo isto, o número de quadros nacionais com
formação superior, que se pode considerar bastante
diminuído, constitui também um sério problema para
o desenvolvimento económico do país.
A transição pacífica de governo juntamente com as
eleições presidenciais que se realizaram, de forma
justa e pacífica, no seguimento do assassinato do
presidente João Bernardo Vieira, em Março de 2009,
constituem sinais encorajadores de normalização da
vida política e do retorno da segurança ao país.
Ao assinar o programa FEC, em Janeiro de 2010,
que prevê o aumento da assistência financeira,
o país vai poder estabelecer objectivos de
desenvolvimento e crescimento a médio prazo e não
somente trabalhar na satisfação das necessidades
mais imediatas. Espera-se, de igual modo, que a
Guiné-Bissau venha também a beneficiar de um
alívio da sua dívida multilateral.
A lei orçamental para 2010 calcula um aumento
das receitas líquidas, que se deverá, por um lado,
à reintrodução dos direitos sobre as importações e,
por outro, ao aumento das compensações atribuídas
pela União Europeia para as pescas.
As despesas também se esperam que aumentem,
sob o efeito da nova estratégia para levar a cabo
o plano internacional para a redução da pobreza,
pois o governo prevê fazer um esforço muito maior
nos sectores sociais, como a saúde e a educação, a
agricultura e as infra-estruturas.
De acordo com o quadro estabelecido pelo FMI,
a disciplina orçamental e o aumento da ajuda
pública ao desenvolvimento deverão permitir, num
cenário a médio prazo, uma gradual correcção dos
desequilíbrios orçamentais guineenses.
Os desafios que se põem ao governo no esforço para
assegurar a retoma são essencialmente amanutenção
e preservação da estabilidade, a implementação
e desenvolvimento das reformas necessárias e a
garantia e reforço da luta contra o narcotráfico.
A castanha de caju
Apesar da Guiné-Bissau possuir um enorme
potencial no que diz respeito aos seus recursos