Page 77 - GuineaBissau

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Economia
naturais, a sua economia continua a ser muito
pouco diversificada. A agricultura, onde se inclui
a produção de castanha de caju, é o principal
sector económico, empregando cerca de 95% da
população guineense e perfazendo 62% do produto
interno bruto. A natureza pouco capitalista do sector
agrícola funciona como tábua de salvação para
povo, garantindo a subsistência em períodos de
dificuldades económicas e de instabilidade política.
Devido a um clima ideal propício à produção
deste fruto, combinado com uma afectação
máxima de terras a esta actividade e os requisitos
de processamento extremamente reduzidos, a
Guiné-Bissau é hoje um dos maiores produtores e
exportadores mundiais de castanha de caju.
Em 2009, a produção de castanha de caju
aumentou mais de 20%, graças ao clima favorável
e à maturidade de novas plantas, com as árvores a
atingirem gradualmente o seu pico de produtividade.
Assim as previsões a curto prazo são animadoras,
mas são vários os factores que impedem os
rendimentos de atingir o seu nível potencial, como
o aumento dos preços de produção, o abandono da
troca em favor de um pagamento em numerário e a
falta demodernização dos instrumentos de produção;
que poderiam fazer da castanha de caju uma fonte
de rendimento superior quer para os agricultores,
como para o Governo. Reformas para este sector
da agricultura guineense estão agendadas, pelo
governo, para terem início em 2010/11.
Muito embora o sector da castanha de caju
tenha sido menos afectado do que outros
pelas interrupções da produção, é contudo
prejudicado por obstáculos de índole estrutural
que são agravados pela instabilidade política
e as consequências da guerra civil e de igual
modo dificultado pela pouca transparência da
lei da terra, pelo sistema judicial deficiente e pelo
acesso extremamente difícil ao crédito e aos
seguros. Também são factores que prejudicam ao
alcance do nível potencial da produção, a falta de
tecnologias modernas e má utilização das mesmas
e uma capacidade de armazenamento que é
praticamente inexistente. Todavia, em 2008, deu-
se pela primeira vez o financiamento da campanha
agrícola por parte dos bancos, o que foi um sinal
positivo, digno de registo.
Se a estes problemas aliarmos o ambiente
empresarial deficiente, custos de energia
excessivos e a falta de apoio por parte do poder
público, podemos perceber a origem do estado de
subdesenvolvimento da indústria de tratamento
da castanha de caju. Neste contexto, verifica-se
que actualmente apenas 1% a 2% da produção
total é processada em território guineense, por